quarta-feira, 24 de abril de 2013

Cantor e compositor Moacyr Luz é o entrevistado da série "Trocando Ideia"

A capacidade de absorver inspirações dos mais variados gêneros é um dos principais alicerces na carreira do músico. Exemplo deste contexto é o cantor e compositor Moacyr Luz.


Para o autor carioca, o samba alimenta seus ouvidos com a mesma intensidade que a veia jazzística: “minha inspiração é harmônica, sonoridades, e, por aí, vale tudo: entender a simplicidade erudita do Cartola, ouvir saciado os solos de Chat Baker”, explica.

Amante de sua cidade, Moacyr tem nove discos gravados, e já compôs ao lado de ícones da canção popular, como João Donato: “Fizemos duas musicas, o que me enche de orgulho”, detalha. Suas canções já foram regravadas por nomes como Maria Bethânia, Nana Caymmi, Beth Carvalho, Leila Pinheiro e Gilberto Gil.

Um de seus trabalhos mais recentes é o CD/DVD “Moacyr Luz e Samba do Trabalhador”, lançado em abril de 2013, que reúne o repertório da roda de samba que comanda no Renascença Clube, na capital carioca.     



Leia a entrevista na íntegra:

- Já tocou ao lado de algum instrumentista que você admira?

Essa oportunidade, Deus me deu algumas vezes. Recentemente fiz dois shows com um gênio chamado João Donato. Alias, também fizemos duas musicas, o que me enche de orgulho. Mas, pra falar de violão, nem lembro agora, mas já fiz show com violonistas como Carlinhos Sete Cordas, Paulão, Rogerio Caetano, Marcelo Gonçalves. Isso só pra falar do instrumento.

- Quando você percebeu que queria aprender a tocar algum instrumento?

Meu avô era músico, clarinetista. Desde pequeno me levava pra ouvir concertos, eventos com bandas militares. Minha cabeça sempre pensou em criação, mais que tocar, os estudos, as escalas, me soavam composição.

- O que você costuma ouvir e quais são os ritmos que gosta de tocar?

Claro que ouço samba, mas, modestamente, minha inspiração é harmônica, sonoridades, e, por aí, vale tudo: entender a simplicidade erudita do Cartola, ouvir-saciado os solos de Chat Baker.

- Pra você tocar, tocar é um dom que vem da alma ou provém do empenho?

Empenho é necessário até pra se varrer uma rua! É fundamental, mas acredito muito num dom que vem da alma, é quase uma missão de vida. Quem, com talento, já tentou se esquivar da musica, viveu quase que numa solidão definitiva.

- Quais são os violonistas que você admira?

Acima de tudo, Hélio Delmiro. Se a música transforma influência em genética, sou cria dele. Em todos os movimentos do meu violão, identifico a presença do seu estilo. Também tenho uma admiração enorme pelo Carlinhos Sete Cordas, acho o violão mais brasileiro atualmente.

- Pra você, qual a diferença do violão 6 para o de 7 Cordas?

Pra mim, todas, não consigo fazer um dó maior num violão de sete cordas. Também, deduzo, é necessário ter outro pensamento sobre a música com essa corda a mais.

- Deixe uma mensagem para quem quer aprender a tocar.

Se a musica for o teu destino, dedicação sem cobrar resultado.


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