sexta-feira, 1 de março de 2013

Trocando Ideia: O cavaco de Sombrinha

Assim como o sambista Nelson Cavaquinho, que começou no cavaco e depois se consagrou com seu estilo único de afirmar seus acordes no violão, o músico Montgomery Ferreira Nunis, mais conhecido no ambiente do samba como Sombrinha, também passou pela troca, mas em processo inverso.

O instrumentista – ex-integrante do Fundo de Quintal e autor de canções ao lado de Arlindo Cruz, Zeca Pagodinho e Almir Guineto -,  iniciou sua trajetória no samba tocando violão de seis e sete cordas, mas foi no choro do cavaco que suas mãos se sentiram mais à vontade.

Embora tenha se encontrado no cavaco, ele fala com propriedade sobre as diferenças entre o violão de seis e o de sete cordas. “(A diferença) vêm do manejo revolucionário do violão que tem a corda extra, a sétima. Ela permite uma espécie de contraponto melódico, mais grave, tirado a partir de uma corda de violoncelo ou a terceira do piano - a pirâmide”.

Nascido em Santos, mas com morada no Rio de Janeiro – onde é mangueirense de coração -, pudemos conhecer um pouco mais sobre a formação e as inspirações do compositor.




Confira a entrevista na íntegra:
 - O que você costuma ouvir antigamente e quais são os ritmos que gosta de tocar?
Gosto muito de choro,samba,mpb e tocar a musica de qualidade

- Quando você percebeu que queria aprender a tocar algum instrumento?


 Com dez anos de idade.

- Pra você, tocar é um dom que vem da alma ou provém do empenho?


Geralmente você traz esse dom, que já vem de muito tempo, passando por uma família de músicos, depois é preciso ter dedicação.


- Quais são os violonistas que você mais admira?
São tantos,vou dar alguns exemplos: Horondino José da Silva, o Dino, Raphael Rabello, Baden (Powell), Helinho Delmiro, Valter, Valdir, Luizinho, Mauricio Moura...



- Já tocou ao lado de algum instrumentista que você admira? Sim, de todos que citei.

- Pra você, existem diferenças entre o violão de 6 e o de 7 Cordas?
Vêm do manejo revolucionário do violão que tem a corda extra, a sétima. Ela permite uma espécie de contraponto melódico, mais grave, tirado a partir de uma corda de violoncelo ou a terceira do piano a pirâmide. Assim, Dino inventou uma nova linguagem, decretando a diferença entre os violões de seis e sete cordas, especialmente nos conjuntos de choro e de samba. Nas melhores rodas, aliás, a distinção tem nome: baixaria, referência á nota mais baixa, na qual a sétima corda é afinada.



- Por que escolheu o violão de 7 cordas ao invés de continuar no de 6 cordas?
Porque, eu fui criado no choro, em rodas que meu pai organizava em casa , ai recebi um violão sete cordas, tinha apenas 13 anos rs,antes eu tocava seis cordas com a mi afinada em dó,virava um sete cordas.

 - Deixe uma mensagem para quem quer aprender a tocar.Eu acho que a melhor escola, ainda é o choro.


Confira o vídeo da canção "Uma Rosa Com Amor":






                                  


Um comentário:

  1. Sombrinha é o melhor!! Ele faz falta, e muita no Fundo de Quintal!!

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