As mulheres
se tornaram protagonistas em todas as áreas de atuação humana, de modo que na
música não foi diferente.
Um dos
reflexos femininos na música popular atual é o trio Choro das 3, do qual a série “Trocando
Ideia” pôde conhecer mais por meio da entrevista com a violonista Lia Meyer - que forma o trio ao lado das irmãs Elisa e Corina. Vale destacar que Eduardo Ferreira, pai das três, também integra o projeto tocando pandeiro.
A instrumentista
nos contou sobre os elementos fundamentais de sua formação musical que começou
cedo, com 13 anos de idade, quando ganhou um violão de 7 cordas.
Confira o papo na íntegra:
Confira o papo na íntegra:
- Com quantos anos você começou a tocar?
Comecei a estudar flauta doce com 8 anos, e
com 10 escolhi o violão. No entanto, somente aos 12 anos comecei a estudar
choro. Até então estudava música clássica. Ganhei meu primeiro 7 cordas com 13
anos.
- Cite alguns nomes fundamentais na sua formação musical, principalmente
no Choro.
Bom, são todos chorões, começando pelo mestre Dino 7
cordas, seguindo para os meus dois professores Ed Gagliardi e Luizinho 7
Cordas, e claro, os amigos que sempre me influenciaram e com quem sempre
aprendi, e ainda aprendo, Arnaldo Silva (Arnaldinho do
cavaco) e Zé Barbeiro, por exemplo.
- Já se apresentou ao lado de instrumentistas que admira?
Felizmente!
Com todos que citei, com exceção do Dino, e com mais alguns, como Stanley
Carvalho, Joãozinho do Cavaco, Antonio e Marcelo Galani, Zé da Velha, Silvério
Pontes, entre tantos outros... Além das minhas irmãs, é claro...
- Pra você, quais são as principais diferenças no manejo entre violão de
6 e 7 cordas?
Bom, o 7 cordas tem mais liberdade no acompanhamento,
enquanto o 6 cordas tem que se basear no que o 7 está fazendo. Os dois
trabalham em conjunto, o 7 cordas fazendo os baixos e harmonia e o 6 cordas
fazendo basicamente a harmonia e as terças dos baixos principais e/ou de
obrigação. O seis cordas de choro não é fácil, pois é um violão mais
difícil de entender, de ouvir nos discos... é uma linguagem em extinção.
- Tocou algum instrumento que não fosse violão?
Flauta doce, mas me interesso muito por cello;
inlcusive cheguei a ter algumas
aulas, mas acabei parando por aí.
- Você e suas irmãs começaram a tocar ao mesmo tempo? Como foi
esse processo?
Não. Mas todas começamos a estudar música com 8 anos.
Eu e a Corina começamos com a flauta doce, mas a Elisa começou direto no
bandolim. Começar a tocar juntas foi algo natural,
afinal gostávamos do mesmo gênero e tocamos instrumentos
que se completam. Este link é de um trecho da entrevista que fizemos para SESCInstrumental, onde contamos como tudo começou.
- Como se dá o seu processo de criação? É algo individual ou geralmente
é coletivo?
Depende da música e da situação. Às vezes tiramos uma música juntas e já fazemos o
arranjo. Assim vou fazendo a minha parte na hora e decidindo oque fica
melhor. Outras vezes sento com o violão e uma folha pautada, ou uso
o programa de partitura mesmo... Vou tocando e escrevendo.
- O que você diria às pessoas que querem se aprofundar no instrumento?
Que ouçam muitas gravações e assistam sempre que
possível os músicos mais velhos. Sempre procure frequentar uma roda, mesmo que
só para ouvir, e procure tocar o máximo possível com outras pessoas. Esteja
sempre atento a sugestões, e algumas vezes correções dos músicos mais
experientes (mesmo que estas correções não sejam ditas com a maior
sensibilidade, sempre veja pelo lado positivo) e nunca tenha vergonha de
perguntar. Lembre-se sempre: todos os músicos tem que estudar em casa, mas
quem passa a vida estudando nunca toca. Músico tem que TOCAR.
E verdade a musica tem que ser compartilhada com outros musicos coisas que pouco vemos em roda de choro, ou de samba uma disputa disnecessaria, na musica nao tem rivalidade quem e melhor ou ruim o importantes e participa e ajuda a quem tem vontade de aprender.
ResponderExcluirParabéns Lia pela entrevista , Deus te abençoe sempre , paz e felicidades 🙏
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