terça-feira, 2 de abril de 2013

"Trocando Ideia" apresenta as inspirações do violonista Vinicius Almeida


Ao ser perguntado sobre sua iniciação no violão de sete cordas, o violonista Vinicius Almeida  respondeu que não escolheu o instrumento, mas foi por ele escolhido.

Após ter iniciado no violão de seis cordas, o instrumentista descobriu que a sétima corda seria fundamental em seu caminho musical.

Nascido em família de músicos, o autor é integrante do Grupo Dose Certa, e já fez algumas participações em escolas de samba de São Paulo. Entre elas, já assumiu por dois anos – 2011 e 2012 -, o violão de 7 cordas na avenida pela X-9 Paulistana, agremiação da zona norte da capital paulista.

Em sua caminho dentro da música, teve a oportunidade de tocar ao lado de importantes nomes da música brasileira, como Claudio Jorge, Ivan Lins, Edu Salmaso, Luizinho 7 Cordas, Mauro Diniz, Arlindo Cruz, Mauro Pinto, Marcelinho Moreira, entre outros.




Confira a entrevista na íntegra: 

- Quando você percebeu que queria aprender a tocar algum instrumento?

 Eu nasci em família de músicos. Meu pai tocava contrabaixo e violão, um tio tocava bateria, outro tio guitarra, avô regente de coral... Tive o prazer de nascer em um ambiente musical e aos dez anos ganhei um violão 6 cordas Giannini, junto com um ultimato de meu pai, que me deu seis meses para aprender a tocar, ou ele venderia o violão. Com certeza foi uma das melhores coisas que pôde fazer por mim, depois disso já aprendi tocar alguns instrumentos.

- O que você costuma ouvir e quais são os ritmos que gosta de tocar?

Sou um músico bem eclético, gosto de ouvir de tudo: Jazz, Soul Music, Bossa Nova, samba-enredo, samba raiz, gospel, mas prefiro dizer que gosto ouvir música de boa qualidade, pensando nisto, os nomes que vem na mente são: George Benson, Mike Stern, Nico Assumpção, Artur Maia, Ivan Lins, Cartola, João Nogueira, João Bosco, Djavan, Jorginho do império, Agepê, Luiz Airão, David Sanborn. Uma salada musical. Mas gosto muito de tocar samba-enredo, tanto que tive o prazer de tocar em 1996 e 1997, pela Escola de Samba Unidos do Peruche, sendo o primeiro a tocar contra-baixo na avenida pela escola. Nos anos de 2011 e 2012, pela Escola de samba X9-Paulistana, tocando Violão de 7 cordas. Também gosto de tocar samba raíz, Bossa Nova no violão e Jazz e Soul Music no contra-baixo.

- Pra você tocar, é um dom que vem da alma ou provém do empenho?

Tocar com certeza é um dom que vem da alma, pois podemos perceber que os melhores músicos do mundo quando tocam parecem estar possuídos. Não sou louco de dizer que a técnica é dispensável, mas um músico tocando uma escala com o metrônomo a 180 bpm em fusa, semifusa, de repente pode não passar nada, enquanto o outro que toca apenas acordes básicos e melodias simplórias pode tocar o espirito. Então o ideal é juntar as duas coisas.

- Quais são os violonistas que você admira?

Raphael Rabello, Dino 7 cordas, Luizinho 7 Cordas, Ventura Ramirez, Claudio Jorge, Yamandú Costa, Rogerio Caetano, Luiz Ribeiro entre outros que fazem parte da nova geração.

- Já tocou ao lado de algum instrumentista que você admira?

Claudio Jorge (Violonista), Ivan Lins, Edu Salmaso (Baterista), Luizinho 7 Cordas (meu professor) , Mauro Diniz (Cavaco), Arlindo Cruz (Banjo), Mauro Pinto (Sax), Marcelinho Moreira (percussão) e não podia de deixar de falar de meu professor de Contra Baixo "Isaias Amorim" músico de Hermeto Pascoal e Arismar do Espirito Santo. Também tive o prazer de ver Yamandú Costa tocar com meu violãozinho.

- Pra você, qual a diferença do violão 6 para o de 7 Cordas?

Vejo como instrumentos distintos quando tocados sozinhos. O violão de 6 cordas como instrumento de solo, podendo fazer a melodia da música e acompanhamento, fazendo a base para o solista. Já o sete cordas sozinho pode fazer base, solo e a linha de baixos, por isso é mais completo.
Mas quando tocados juntos, um completa o outro, o violão 6 cordas fazendo base na região média e aguda, e o violão 7 cordas fazendo a linha de baixos. Dependendo da música, arranjos e instrumentação.

- Por que escolheu o violão de 7 cordas ao invés de continuar no de 6 cordas?

Ele me escolheu, quando comecei a tocar com o Grupo Dose Certa em 2007. Eu tocava 6 cordas, mas elas eram cordas de contra-baixo, quando fazia banda para o grupo. Quando recebi o convite para fazer parte da família Dose Certa, devido a necessidade de um violonista e para eu participar de todos os eventos do grupo, tive que migrar do contra baixo para o Violão de 7 Cordas, inclusive tive que estudar com Luizinho 7 Cordas para aprender um pouco da linguagem do instrumento.

- Deixe uma mensagem para quem quer aprender a tocar.

Se você quer aprender a tocar Violão de 7 cordas, ouça primeiramente Cartola, Roberto Ribeiro, João Nogueira, Demônios da Garoa, Clara Nunes, Nelson Cavaquinho e muita música boa, mas não deixe de procurar um professor para direcionar seus estudos, ensinar posturas e aquecimentos, para não ter problemas. Saiba que a música vem da alma e do coração e a perfeição vem da pratica!



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